domingo, 1 de setembro de 2013


   Medo

   Pois, no fim, o medo elemina no homem a própria humanidade. E o medo, meus bons amigos, o medo é a própria base e fundamento da vida moderna. Medo da tão apregoada tecnologia que, enquanto eleva o nosso  padrão de vida, aumenta a probabilidade de nossa morte violenta. Medo da ciência que tira com uma das mãos ainda mais do que tão prodigamente distribui com a outra. Medo das instituições manifestamente fatais pelas quais, em nossa lealdade suicida, estamos prontos a matar ou morrer. Medo dos Grandes Homens que elevamos, por aclamação popular, a um poder que eles usam, inevitavelmente, para nos massacrar e escravizar. Medo da guerra que nós não queremos mas tudo fazemos para desencadear.  

   Meus caros, o amor elimina o medo, mas reciprocamente o medo elemina o amor.E não apenas o amor. O medo elimina a inteligencia, elimina a bondade, elimina tudo pensamentos de beleza e verdade. Só persiste o desespero  mudo ou forçadamente jovial de quem pressente a obscena Presença no canto do quarto e sabe que a porta está trancada, que não há janelas.

O Macaco e a Essência. 

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